(De Roberto Weigand)



Gabriela, cravo e canela inaugura uma nova fase na obra de Jorge Amado. A partir deste romance, o autor atenua o conteúdo político que marcou seus primeiros livros para dar ênfase à mistura racial, ao erotismo e a uma percepção sensorial do mundo. Ganham destaque as personagens femininas: as mulheres passam ao centro das narrativas como mito sexual, mas também como agentes do próprio desejo.

Gabriela, cravo e canela foi o primeiro livro escrito por Jorge Amado depois de deixar o Partido Comunista. Publicado em 1958, o romance recebeu no ano seguinte os prêmios Machado de Assis e Jabuti. Pouco depois, em 1961, Jorge Amado seria eleito para a Academia Brasileira de Letras, em grande parte graças ao estrondoso sucesso do livro. Gabriela virou novela da TV Tupi, em 1961, e mais tarde da rede Globo, em 1975. Traduzido para mais de trinta idiomas, Gabriela, cravo e canela é o livro de Jorge Amado com o maior número de traduções.

(Texto extraído do site www.jorgeamado.com.br)



O Poeta e o Mar (Jorte Amado)

"O poeta e o mar", texto de Jorge Amado sobre o amigo Dorival Caymmi


Não sei, não recordo quando e onde conheci Dorival Caymmi pela primeira vez e pela primeira vez rimos juntos nossa alegria. Foi, com certeza, na Bahia, antes da partida do clássico ita, levando-nos – ao aprendiz de compositor e ao aprendiz de escritor – para tentar exercer nossos ofícios no Rio. Naquele tempo, quem quisesse um lugar ao sol tinha de começar pelo sacrifício de sair de sua terra, a terra da Bahia, onde éramos livres adolescentes nos mercados e nas praias. Só no Rio havia ambiente e oportunidade.

Na praia de Itapuã, nas malícias do Rio Vermelho, nas ladeiras da cidade antiga cresceu o menino Dorival, filho de Seu Durval, modesto funcionário estadual, bom de violão e no trago. Cresceu assim o moço Caymmi, na pesca, na serenata, na festa de bairro, no samba de roda, nos terreiros de santo, vivendo cada instante de sua cidade e de sua gente, alimentando-se de sua realidade e de seu mistério, preparando-se para ser seu poeta e seu cantor. Livre coração e o desejo de criar. A música popular brasileira não era ainda assunto de gazetas, revistas e festivais. O moço baiano, no entanto, não desejava nem o título de doutor nem o emprego público prometido, queria tão-somente compor e cantar. Teve de partir para ganhar a vida difícil.

Naqueles idos de 1936 o mundo era nosso nas ruas do Rio de Janeiro, lá se vão mais de 30 anos. Uma canção que fizemos juntos naquela época, É doce morrer no mar, tirada de uma cena de Mar Morto, continua popular até hoje e pode-se mesmo dizer: cada vez mais. Aliás, eis uma das características fundamentais da música de Caymmi: sua permanência, sua constante atualidade.
Sendo seu tema a Bahia, sua vida, seu povo, seu drama, sua luta, seu mistério, sua poesia, seus amores, a morena de Itapuã e as rosas de abril, Iemanjá e o vento do oceano, a jangada e o saveiro, o mundo da Bahia, não há uma frase sua, uma única, de música ou poesia, que seja circunstancial, que derive da moda, de uma influência momentânea.

Não compôs demais, ao sabor do sucesso e da novidade. Cada música sua é inspiração verdadeira e experiência vivida, é seu sangue e sua carne, é sua verdade. Uma será mais bela, outra mais profunda, aquela mais fácil, mas nenhuma resulta da busca do sucesso ou do aproveitamento de qualquer circunstância.

Caymmi leva meses e meses trabalhando cada uma de suas músicas e letras, ao sabor do tempo e da preguiça baiana e criadora. Segundo dizia Sérgio Porto, a música de Caymmi muito deve a essa preguiça, ou melhor: a esse tempo de lazer de medida tão larga, esse tempo baiano. De tudo isso posso dar testemunho, pois nesses 30 e tantos anos eu o vi compor sem descanso, mas sem pressa, vi também nascer e crescer a maioria de suas composições mais famosas. Em minha casa – em várias das casas onde vivi – ele trabalhou e criou. Jamais espicaçado por compromisso ou intenção imediatista.

Para Caymmi a moda não existe. Eu posso dizer, posso testemunhar como ninguém. Juntos andamos um bom bocado de caminho, juntos criamos alguma coisa, juntos começamos a envelhecer. Juntos fizemos teatro, cinema, tratamos o livro e a partitura, tocamos a vida e o amor. Amizade de toda a vida, "meu irmão, meu irmãozinho".

O escritor Jorge Amado publicou este texto na coleção Nova História da Música Popular Brasileira (Abril Cultural, 1970).

Dorival Caymmi - um ícone da Bahia!

Dorival Caymmi - um ícone da Bahia!

Curiosidades:


Versátil
Dorival Caymmi gravou cerca de 20 discos em 60 anos de carreira. Em vida escreveu mais de 100 composições, que foram gravadas por ele ou regravadas por dezenas de intérpretes.

Homenagem
Acostumado a compor, Caymmi viu-se homenageado em 1986, quando a escola de samba Estação Primeira de Mangueira apresentou-se com o samba-enredo "Caymmi Mostra ao Mundo o Que a Bahia e a Mangueira Têm".

O desfile daquele ano garantiu o primeiro lugar a escola. O samba, que tinha o verso "tem xinxim e acarajé, tamborim e samba no pé", se consagrou como um dos clássicos do Carnaval.

Profissões
Em 1937, ano em que resolveu ganhar a vida no Rio de Janeiro, Caymmi foi estudar jornalismo e trabalhar com desenho. Ele chegou a publicar seus desenhos na revista "O Cruzeiro".

Dois anos antes de se mudar, em 1935, quando começou a cantar na Radio Clube da Bahia, passou num concurso para escrivão da coletora estadual. Nunca foi nomeado. Naquele ano, prestou o serviço militar.

Quase Irmãos
Caymmi era amigo do escritor baiano Jorge Amado, morto em 2001. Como eram parecidos, os dois costumavam ser confundidos um com o outro por fãs. Ambos compuseram juntos a música "É Doce Morrer no Mar", composta sobre versos do romance "Mar Morto".

Global
Em 1975, Dorival Caymmi compôs "Modinha para Gabriela", gravada por Gal Costa, para a trilha sonora da novela "Gabriela", da TV Globo. Em 2001, com o filho Dori Caymmi criou o tema de abertura da novela "Porto dos Milagres", de Aguinaldo Silva, baseada na obra de Jorge Amado.

Sua música "Sábado em Copacabana", também foi tema da abertura da novela "Paraíso Tropical", de Gilberto Braga. A trama consagrou o ator baiano Wagner Moura, que interpretava o vilão Olavo.

Produção em ação - Porto das Caixas

Produção em ação - Porto das Caixas
Denise Portella, Keyla Fogaça e Fernanda Guarilha

Cena Clássica: Gabriela pegando a pipa em cima do telhado - Porto das Caixas - RJ

Cena Clássica: Gabriela pegando a pipa em cima do telhado - Porto das Caixas - RJ
Fotografia: Keyla Fogaça -Visagismo: Fernanda Guarilha, Denise Portella e Keyla Fogaça

Todas as fotos de Porto das Caixas realizadas por Keyla Fogaça

Todas as fotos de Porto das Caixas realizadas por Keyla Fogaça

Priscilla Iria em Gabriela - Vídeo 3












Nossa querida Sonia Braga... Eterna!

Nossa querida Sonia Braga... Eterna!



sexta-feira, 24 de junho de 2011


O Sertão brasileiro é uma sub-região do Nordeste do Brasil.



Estende-se por grande parte da Bahia, de Pernambuco, da Paraíba, do Rio Grande do Norte e do Piauí; por todo o Ceará; e por uma pequena parte do Sergipe e de Alagoas. Além disso, atinge o norte e o noroeste de Minas Gerais, mais precisamente no Vale do Jequitinhonha.

Compreende as áreas dominadas pelo clima tropical semi-árido[1], que apresenta temperaturas elevadas (entre 24°C e 28°C) e duas estações bem definidas: uma seca e outra chuvosa. As chuvas concentram-se em apenas três ou quatro meses do ano, e pluviosidade no Sertão atinge a média de 750 mm anuais, sendo que em algumas áreas chove menos de 500 mm ao ano[2].

História
A palavra Sertão (ou floresta branca) tem origem durante a colonização do Brasil pelos portugueses. Ao saírem do litoral brasileiro e se interiorizarem, perceberam uma grande diferença climática nessa região semi-árida. Por isso a chamavam de "desertão", ocasionado pelo clima quente e seco. Logo, essa denominação foi sendo entendida como "de sertão", ficando apenas a palavra Sertão.

O primeiro processo do país de interiorização ocorreu nessa região, entre os séculos XVI e XVII, com o deslocamento da criação de gado do litoral, devido à pressão exercida pela expansão da lavoura de cana-de-açúcar, que era o principal produto de exportação da economia colonial. A área foi conquistada por povoadores com escassos recursos e o desenvolvimento da pecuária possibilitou o desbravamento nos sertões. Os caminhos de boiadas assim criados permitiram a articulação e o intercâmbio entre o litoral nordestino e o interior, dando origem a diversas cidades. O rio São Francisco constituiu uma via natural de entrada para o Sertão, ampliando a extensão da área envolvida nessas trocas.

quinta-feira, 29 de abril de 2010



Maria Bethânia, Moraes Moreira, Djavan, Walter Queiróz, Dorival Caymmi, Quarteto em Cy, Alceu Valença, Gal Costa, Dori Caymmi, Fafá de Belém, Geraldo Azevedo, MPB-4, Elomar, Walker, João Bosco, Jorge Amado, Tom Jobim e Sueli Costa.

Maria Bethânia: Coração ateu (Sueli Costa)

Moraes Moreira: Guitarra baiana (Moraes Moreira)

Djavan: Alegre menina (Jorge Amado e Dori Caymmi)

Walter Queiróz: Quero ver subir, quero ver descer (R. Santana)

Quarteto em Cy: Horas (Dorival Caymmi)

Alceu Valença: São Jorge dos Ilhéus (Alceu Valença)

Modinha para Gabriela: Gal Costa (Dorival Caymmi)

Fafá de Belém: Filho da Bahia (Walter Queiróz)

Geraldo Azevedo: Caravana (Alceu Valença e Geraldo Azevedo)

MPB-4: Porto (Dori Caymmi)

Elomar: Retirada (Elomar)

Walker: Adeus (Dorival Caymmi)

João Bosco: Doces olheiras (Aldir Blanc e João Bosco)

Tom Jobim: Tema de amor para Gabriela (Tom Jobim)

sexta-feira, 9 de abril de 2010

domingo, 4 de abril de 2010

Representando a praia de Ilhéus - Foto tirada na praia de Icaraí (Niterói)

Fotografia: Nelson Fogaça
Maquilagem: Beatriz e Fernanda Guarilha e Keyla Fogaça

''O meu coração ateu quase acreditou na sua mão que não passou de um leve adeus, breve pássaro pousado em minha mão, bateu asas e vôou. Meu coração por certo tempo passeou na madrugada procurando um jardim, flor amarela, flor de uma longa espera, logo o meu coração ateu. Se falo em mim e não em ti, é que nesse momento já me despedi. O meu coração ateu não chora e não lembra, parte e vai-se embora.'' (Canção da novela)




Priscilla Iria


Retirante do sertão

Fotografia: Denise Portella & Keyla Fogaça

Ilhéus é um município brasileiro do estado da Bahia. É a cidade com o mais extenso litoral entre os municípios baianos.

É considerada por seus moradores como a capital do cacau, capital da Costa do Cacau e a "Princesinha do Sul". Sua economia baseia-se na agricultura, turismo e indústrias. Já foi o primeiro produtor de cacau do mundo mas depois da enfermidade conhecida como vassoura-de-bruxa que infestou as plantações, reduziu muito a sua produção. Ilhéus foi fundado em 1534 e elevado a cidade em 1881. É conhecido mundialmente por ambientar os romances de Jorge Amado, famoso escritor baiano, como Gabriela, Cravo e Canela e Terras do Sem Fim. Conhecida também como "IOS", sigla que respeita a grafia antiga do nome da cidade, São Jorge dos Ilhéos, que é utilizada nos bilhetes de transporte aéreo.

Entre as seis cidades mais importantes da Bahia (Salvador, Feira de Santana, Vitória da Conquista, Itabuna, Ilhéus e Juazeiro), Ilhéus possui o terceiro maior PIB per capita, ultrapassando os 7 mil reais. Ilhéus abriga um Polo de Informática, além de ser centro regional de serviços junto com Itabuna. Sedia o Aeroporto Jorge Amado, que é portão de entrada para destinos muito procurados como Itacaré, Barra Grande, Canavieiras, Ilha de Comandatuba e a própria cidade de Ilhéus.

Priscilla Iria e Sonia Braga


Gabriela Cravo e Canela é um romance do escritor brasileiro Jorge Amado publicado em 1958. A obra é um retorno ao chamado ciclo do cacau. Ao citar o universo de coronéis, jagunços, prostitutas e trambiqueiros de calibres variados, que desenham o horizonte da sociedade cacaueira. Na década de 20, na então rica e pacata Ilhéus, ansiando progressos, com intensa vida noturna litorânea, entre bares e bordéis, desenrola-se o drama, que acaba por torna-se uma explosão, folia e luz, cor, som, sexo e riso.
Gabriela Cravo e Canela recebeu premiações. Teve adaptações para cinema, novela e teatro.
Os palcos terão o prazer de receber Priscilla Iria em ''Gabriela o show: de filme à novela''. No espetáculo, (que tem direção musical de Keyla Fogaça), a cantora Priscilla Iria se caracteriza da personagem, cantando temas que foram sucessos do filme e da novela, com um cenário que nos reporta aos encantos da Ilhéus.

Espetáculo previsto para 2011.

Tom Jobim e Banda Jobim - Gabriela

Entre na trilha!

Entre na trilha!

Qual dessas músicas da trilha é mais bonita?